O carnaval trouxe novidades no cenário para a reforma ministerial — especialmente a possibilidade de o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) ocupar uma vaga no Palácio do Planalto. Porém, a depender das conversas nos bastidores de Brasília, a mudança pode ser mais profunda nos próximos dias. Ministérios como o das Mulheres, o da Ciência e Tecnologia, e o do Desenvolvimento Agrário devem ser alterados na reforma, após a posse dos novos ministros já confirmados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Gleisi Hoffmann, na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), e Alexandre Padilha, ex-SRI, no Ministério da Saúde. Ambos assumem o cargo na segunda-feira.
A expectativa, inclusive entre aliados de Lula, é de que o presidente se aproxime do Centrão para garantir a governabilidade. O petista vive o pior momento de seus três mandatos em termos de popularidade e precisa alterar o cenário para ter chances de emplacar a reeleição, ou um sucessor, em 2026. Há dúvidas, porém, se esse será o caminho escolhido pelo chefe do Executivo, ou se ele vai aprofundar a participação da esquerda e de seu próprio partido na gestão.
Uma das trocas consideradas é a do Ministério das Mulheres, ocupado por Cida Gonçalves. Ela sofreu uma série de acusações de assédio moral de servidores da pasta, incluindo supostos casos de racismo e discriminação. Segundo os relatos, teriam havido gritos e ameaças de demissão contra os funcionários, com acusações também contra a secretária-executiva do ministério, Maria Helena Guarezi. As denúncias chegaram à Controladoria-Geral da União (CGU), que as enviou para a Comissão de Ética da Presidência — que decidiu arquivar a denúncia. Cida também nega as acusações.
Fonte: Resenha Polítika