Estudantes da Escola Érika Kethlen de Bernardino Batista visitam a Cruz da Menina e a “Roliúde Nordestina” onde foi gravado o Auto da Compadecida - BLOG DO GERALDO ANDRADE

Estudantes da Escola Érika Kethlen de Bernardino Batista visitam a Cruz da Menina e a “Roliúde Nordestina” onde foi gravado o Auto da Compadecida


Os estudantes do 5º ano da Escola Municipal Erika Kethllen Andrade Barbosa, localizada em Bernardino Batista-PB, viveram uma experiência inesquecível por iniciativa da professora mestra em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Anastácia Maria de Andrade Almeida, que decidiu realizar uma aula de campo pra lá de diferente. A professora Anastácia Andrade é autora do Projeto: Paraíba, conhecer para valorizar. O objetivo é que os alunos conheçam os aspectos históricos, culturais e geográficos da Paraíba. 


A iniciativa contou com o apoio da secretária municipal de educação, Kágila Batista Alves Amorim, da diretora da Escola Municipal Erika Kethlen Andrade Barbosa, Márcia Estrela, da coordenadora pedagógica, Juliana Maria da Silva e do supervisor escolar, professor Hilton Paulo Araújo Almeida.


A aula de campo foi realizada no sábado (12) de outubro. A viagem contou com o apoio da Secretaria de Educação do Município de Bernardino Batista. A aula de campo foi extremamente proveitosa e correu tudo dentro do programado. A atividade quebrou a rotina escolar, fortalecendo o laço entre estudantes e professores, além de proporcionar uma experiência inesquecível para todos os que participaram.


Os alunos visitaram o Centro da cidade de Cabaceiras-PB que é conhecida por ser o cenário preferido dos diretores brasileiros, rendendo-lhe o título de “Roliúde Nordestina”, devido a quantidade de produções cinematográficas que já foram gravadas na cidade. O título que abrasileira "Hollywood", a capital do cinema estadunidense, surgiu após o sucesso de O Auto da Compadecida, adaptação da peça do dramaturgo, escritor, romancista e poeta, Ariano Suassuna para o cinema. Com direção de Guel Arraes, em 1999, a obra fez Cabaceiras ganhar o mundo. É para reencontrar os cenários de gravação das aventuras da dupla protagonista interpretada por Selton Mello e Matheus Nachtergaele que boa parte dos turistas chegam à cidade.


Os alunos batistenses conheceram o Memorial Cinematográfico - O local abriga objetos, materiais utilizados nas filmagens, roteiros, fotos, depoimentos, críticas, além de cópias de algumas produções realizadas no município de Cabaceiras; a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São Bento; a Bodega de Zé de Cila e a Casa do Artesão de Cabaceiras João Batista de Sousa – Zé Pombo. 


Os estudantes batistenses conheceram o Parque Religioso Cruz da Menina em Patos reconhecido em 2020 como patrimônio imaterial da Paraíba. O Parque Religioso Cruz da Menina, localizado às margens da BR-230 é visitado por muitos fiéis ao longo do ano para realizarem promessas e agradecer preces alcançadas. São cerca de 100 mil visitantes por ano. O parque é um equipamento de grande relevância turística e cultural na região. O local é importante para religiosidade popular.


No início da década de 20, no século XX, chegava a Patos um casal campinense: Absalão Emerenciano e Domila Emerenciano de Araújo, trazendo consigo uma criança, filha de retirantes e conhecida apenas por Francisca. A menina lhes fora dada, em uma das maiores secas da história, como única forma encontrada por seus pais de livrá-la da fome que assolava as famílias nômades, as quais viviam em um verdadeiro estado de miséria. Domila Emerenciano de Araújo trazia consigo um gênio forte e desumano, transformando a criança em presa fácil, explorada no trabalho e submetida a constantes seções de tortura. 


Em 10 de outubro, de 1923, por volta das 18h, cumprindo uma trajetória diária, Domila saiu de casa e seguiu ao encontro do esposo, determinando à inocente que após lavar a louça fosse dormir. Atraída pela algazarra das crianças, a pobre menina, após cumprir a tarefa, abre a janela e fica a contemplar as brincadeiras. O sono bate e, displicentemente, deita esquecendo-se de fechar a janela, o que seria o álibi de Domila, para espancá-la de forma brutal, utilizando-se da trave de madeira usada como taramela, culminado com o massacre. Francisca era levada em saco de estopa e foi jogada no sítio Trapiá. 


Décadas depois de inaugurada a capela no local, a estrutura já não chegava a comportar os devotos, provindos de todos os pontos do Brasil, como testemunhos das mais diversas graças alcançadas. 




Abdias Duque de Abrantes

Jornalista MTB-PB Nº 604

Blog do Geraldo Andrade