Foto: Pedro França/Agência Senado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (28) a indicação do economista Gabriel Galípolo, 42 anos, para a presidência do BC (Banco Central). Atualmente, ele é diretor de Política Monetária na autoridade monetária. Ocupa o cargo desde 12 de julho de 2023.
Galípolo substituirá Roberto Campos Neto, que está no comando do BC desde 28 de fevereiro de 2019. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Campos Neto colecionou críticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Gabriel Muricca Galípolo é aliado de Haddad. Mesmo como diretor de Política Monetária do BC, frequentou o Ministério da Fazenda em reuniões fora dos compromissos oficiais. O economista diz ter “empatia grande com o Fernando [Haddad] sobre várias coisas que ele pensa”. A relação dos 2 antecede a disputa eleitoral de 2022. Em abril daquele ano, escreveram artigo no jornal Folha de S.Paulo em defesa da “moeda sul-americana”.
Em maio de 2024, uma reunião com votos polarizados no Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a preocupação dos agentes econômicos em relação à influência do governo Lula nas decisões de política monetária.
Galípolo e outros 3 indicados pelo governo votaram por um corte maior na Selic, a taxa básica de juros, enquanto outros 4 diretores e o presidente Campos Neto, que ocupavam as cadeiras no governo Bolsonaro, optaram por uma redução menor do patamar. O racha foi visto como uma sinalização de que o Banco Central de Lula seria mais leniente com a inflação alta.
As preocupações dos agentes diminuíram depois que Galípolo e os outros 3 diretores acompanharam os colegas mais antigos na reunião seguinte. Nos últimos dias, o diretor de Política Monetária tem dito que o BC poderá subir juros, o que é visto como uma sinalização de maior credibilidade da autoridade monetária.
Mais recentemente, o PT (Partido dos Trabalhadores), partido de Lula, criticou Galípolo quando ele disse que a alta da Selic não está 100% descartada.
O juro base está em 10,5% ao ano. Em 31 de julho de 2024, o Banco Central manteve o juro base no mesmo patamar pela 2ª reunião consecutiva. A autoridade monetária trabalha com a possibilidade de subir os juros em 2024 para controlar as expectativas dos agentes do mercado financeiro para a inflação.
Na 2ª feira (26.ago.2024), o Boletim Focus mostrou que os analistas aumentaram para 4,25% a estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país. Está cada vez mais próximo do teto permitido pela meta, que é de 3% e tem tolerância até 4,5%.
Fonte: Poder 360