Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que não participou do plano para gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Bolsonaro foi ouvido nesta quarta-feira (12) no âmbito do inquérito que envolve o senador Marcos do Val (Podemos-ES). O ex-presidente afirmou que participou do encontro com Do Val e Daniel Silveira em dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, e que a reunião durou 20 minutos.
Bolsonaro disse ainda que ouvia de Daniel Silveira que o senador "teria algo para mexer com a República" e que descobriu pela live, já em 2023, que Do Val teria procurado Alexandre de Moraes para lhe contar sobre a reunião. O ex-presidente negou sua participação em planos de golpe.
Segundo Bolsonaro, o senador Marcos do Val teria encaminhado a ele uma "print" de uma mensagem enviada ao ministro Alexandre de Moraes. Nela, o senador afirmaria: "Quem está fazendo toda a movimentação com o objetivo de levá-lo à perda de função e até ser preso é o DS [Daniel Silveira]. O PR não está fazendo nenhum movimento neste sentido. O DS que está tentando convencê-lo, dizendo ao PR que eu conseguiria adquirir as peças fundamentais para que a missão fosse um sucesso".
Bolsonaro disse à PF que achou a mensagem "sem nexo" e que respondeu: “Coisa de maluco”.
Marcos do Val prestou depoimento à Polícia Federal em 2 de fevereiro, quando disse estar arrependido de ter envolvido o ex-presidente na história de um suposto plano de golpe de Estado em que gravaria conversas com Alexandre de Moraes. À época, o parlamentar afirmou a jornalistas que o pedido para tentar gravar o ministro partiu do ex-deputado Daniel Silveira.
Fonte: R7