A reportagem da TV Diário do Sertão foi ao Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, conhecer a história de uma jovem estudante de Medicina, de 22 anos, que está lutando com garra para representar o Brasil na Europa.
Nicole Santos Félix é de Fortaleza, mas está residindo em Cajazeiras desde 2018. Ela veio cursar Medicina no campus da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e atualmente é estagiária no HUJB.
O brilho nos olhos é de quem tem muitos sonhos a serem realizados e não pretende desistir. Para isso, algumas etapas importantes na trajetória acadêmica precisam ser superadas.
Nicole foi selecionada para apresentar a sua pesquisa no maior congresso de cardiologia do mundo, European Society of Cardiology Congress 2023, que acontece de 25 a 28 de agosto na cidade de Amsterdã, na Holanda. Os estudos de Nicole apontam para novas perspectivas no tratamento de cardiomiopatia hipertrófica.
“É um nome bem difícil para uma doença muito comum, é a doença cardíaca genética mais comum e até então tinha poucos tratamentos disponíveis, muita gente tinha que acabar fazendo cirurgia e acabou de sair uma nova classe de remédios que a pessoa pode tomar um comprimido por dia. Essas drogas agora, estão sendo legalizadas, regulamentadas e eu fiz um trabalho mostrando, mais uma vez, que elas são eficazes para o tratamento dessa doença e eu usei para isso uma meta-análise, um método científico de maior evidência, por isso ele foi selecionado para a apresentação oral, o que significa que é um dos trabalhos de mais impacto no congresso”, contou Nicole.
Para ter um bom desempenho na capital holandesa, um dos desafios será a língua. Nicole terá que se apresentar em inglês. Para isso ela está treinando bastante e espera que a ansiedade não atrapalhe tanto.
“Estou muito ansiosa, é a primeira vez que vou apresentar num congresso internacional. A apresentação é em inglês, eu vou ter que treinar bastante e os preparativos para a viagem, graças a Deus estão indo muito bem por causa da vaquinha”, disse a jovem.
Nicole cursa Medicina na UFCG de Cajazeiras e estagia no HUJB (Foto: Victor Batista/Diário do Sertão)
Enquanto corre atrás dos seus sonhos, Nicole também enfrenta um momento muito difícil na vida pessoal. Sua mãe está se submetendo a um tratamento para tentar se curar de um câncer de pele. Órfã de pai, a jovem tem a sua mãe como um porto seguro. Mas, apesar de tudo, ela não desanima diante das dificuldades.
“Fui criada por uma professora, que se aposentou por invalidez depois de um acidente que acabou vitimando meu pai e minhas irmãs. Ter sido criada por uma professora me fez entender muito cedo, que a educação é quem leva a gente para frente e é assim que vou sair do país pela primeira vez para apresentar o trabalho e eu queria que todo mundo pudesse ter essa visão também”, enfatizou a estudante.
A presença de Nicole em Amsterdã é mais uma demonstração de o Brasil também pode ser referência em pesquisas científicas a partir das universidades públicas.
“Para mim significa que o Brasil também consegue fazer pesquisa de qualidade, que a faculdade pública consegue levar os seus alunos para fora e que com um pouco de incentivo todo mundo consegue. Porque eu sou gente como a gente e muitos alunos só precisam de mais oportunidades para conseguir fazer a mesma coisa”, afirmou Nicole.
Mas para conseguir se manter durante o seminário na Europa, ela precisa também de ajuda financeira. Nicole disponibilizou a sua chave pix nicolefelins13@gmail.com para que as pessoas possam contribuir.
Fonte: DIÁRIO DO SERTÃO
