Em meio aos 16 ministérios que não tiveram os titulares anunciados, há alguns que reúnem mais atenção, seja pelo poder envolvido, pela exposição política ou pelas altas cifras que comandam.
É nesse “filé” que os três principais partidos de centro e centro-direita que circundam o governo eleito estão concentrados. São oito pastas em disputa para o MDB, PSD e União Brasil. A equipe de transição já tem um desenho de como seria essa distribuição, mas ainda há alguns entraves.
Fontes ouvidas pela CNN dizem que o PSD deve ficar com indicações para o Ministério da Agricultura e o de Minas Energia.
Há ainda a possibilidade de um terceiro ministério para a sigla para atender a deputados federais. Inicialmente, o nome apresentado ao governo eleito foi o do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), próximo ao prefeito do Rio, Eduardo Paes. Por causa de acusações passadas de violência doméstica, o nome perdeu força.
Já o MDB deve ser contemplado com três pastas. Uma delas para a senadora Simone Tebet (MS), que se reuniu com Lula na sexta-feira (23), mas ainda não bateu o martelo sobre a vaga a ser ocupada.
A maior possibilidade no momento, segundo fontes do partido ouvidas, é que ela fique com o Ministério do Meio Ambiente –caso haja um entendimento junto à deputada eleita e ex-ministra Marina Silva (Rede).
Além disso, em reunião com o presidente eleito Lula nos últimos dias, o partido também recebeu indicativos de outras duas pastas que seriam oferecidas ao MDB: o Ministério das Cidades e o dos Transportes.
É aí que surge um dos impasses. O Ministério das Cidades também é do interesse do União Brasil, partido criado a partir da união do DEM (ex-PFL) com o PSL (partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018).
O União já recebeu indicativo de que o partido poderia ocupar o Ministério da Integração Nacional. O líder da legenda na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e o senador Davi Alcolumbre (AP) se reuniram com Lula nos últimos dias para discutir como o partido poderia ocupar cargos na Esplanada.
Ainda há nessa conta o Ministério do Turismo, que é atrativo pela visibilidade que a pasta proporciona em um país com alto potencial turístico como o Brasil, e o Ministério do Planejamento, que concentra muito poder na Esplanada por ficar responsável pelos recursos do governo federal.
Há ainda outras pastas que não tiveram seus ministros anunciados até aqui. O Gabinete de Segurança Institucional deve ser ocupado pelo general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias (conhecido como GDias), que atuou na segurança pessoal de Lula no primeiro mandato.
A Secretaria de Comunicação Social e os ministérios das Comunicações e do Desenvolvimento Agrário devem ficar com o PT. Para o Ministério do Esporte, o nome mais cotado é o da ex-jogadora de vôlei Ana Moser.
No Ministério dos Povos Indígenas, os nomes da deputada eleita Sônia Guajajara (PSOL) e da deputada Joênia Wapichana (Rede) são os com maior chance de serem indicados.
O Ministério da Previdência Social e o da Pesca e Aquicultura ainda não têm uma definição e devem servir para atender a partidos de menores bancadas no Congresso.
Fonte: Blog do BG com CNN Brasil