O prefeito de Cajazeiras, José Aldemir, anunciou há alguns meses o seu apoio ao projeto de reeleição do governador João Azevedo. Mas pelas movimentações políticas das últimas semanas na Terra do Padre Rolim está bem claro que esta tão propagada adesão está bem longe de ser um apoio de "porteira fechada". O que se ver na prática é que o grupo politico liderado pelo gestor cajazeirense poderá se dividir em até três palanques na disputa pelo Palácio de Redenção.
Os primeiros sinais de que o grupo de José Aldemir não marcharia unido ao lado de João Azevedo começaram a surgir já no final do ano passado, quando o gestor cajazeirense se encontrou com o deputado Pedro Cunha Lima, em Brasília. Após esta reunião, o pré-candidato a governador pelo PSDB esteve em Cajazeiras e foi recebido pelo ex-secretário municipal Thiago Mancambira, que é aliado próximo de José Aldemir e um dos cotados para ser o candidato a prefeito do grupo de situação em 2024.
A outra evidência de que de que os aliados de José Aldemir não seguirão no mesmo rumo na eleição para governador foi observada nesta sexta-feira (04), quando da visita do senador Veneziano Vital do Rêgo a Cajazeiras. Durante a filiação do líder político Antônio Gobira ao MDB, o detalhe que chamou a atenção foi a presença do vice-prefeito de Cajazeiras, Marcos do Riacho do Meio, e de outras figuras conhecidas do grupo de situação, a exemplo do advogado Adjamilton Pereira, esposo da vereadora Raelsa Borges.
Em se tratando de José Aldemir, esta estratégia de dividir aliados em palanques diferentes não chega a ser nenhuma novidade. Em 2010, durante o primeiro turno, o então deputado e candidato à reeleição se dividiu entre o apoio partidário a Ricardo Coutinho e o apoio por afinidade ao então governador José Maranhão. Em 2018, José Aldemir também declarou apoio a Lucélio Cartaxo, mas muitos dos seus aliados em Cajazeiras e em São João do Rio do Peixe se engajaram abertamente na campanha de José Maranhão.