Sete crianças, com idades entre 3 e 7 anos, e uma adolescente de 13 anos – tia delas -, foram encontradas abandonadas pelas mães, sem nenhum responsável, com fome, desidratadas e presas dentro da própria casa na Zona Oeste de Macapá. O local também estava bastante sujo e sem alimentos nem água.
O Conselho Tutelar informou que chegou a ser procurado pelas duas mães das crianças após o resgate, mas, em função dos riscos e sem familiares para ficarem responsáveis, elas tiveram que ser levadas para um abrigo. A adolescente também foi encaminhada, mas para outra unidade.
As mães não foram presas. Procurada, a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) informou à Rede Amazônica que ainda não teve acesso ao caso.
Os menores foram recolhidos na sexta-feira (4) pelo Conselho Tutelar, que contou com ajuda da população, da Polícia Militar e da Guarda Municipal. A equipe contou que chegou até a residência, no bairro Marabaixo, após receber denúncias anônimas.
De acordo com Helton Luiz, conselheiro da Zona Oeste de Macapá, na casa não existia recursos básicos como água encanada, água potável, alimentos, fogão e nem geladeira.
Como consequência do abandono e da falta de condições apropriadas, os menores estavam muito sujos, sem roupas, com fome e desidratados. As crianças também apresentaram gripe, indícios de anemia e feridas pelo corpo.
Segundo o conselho, um dos meninos é portador de autismo e todos recebem atendimento médico em uma casa de saúde.
Ainda de acordo com Helton, a adolescente de 13 anos, que tomava conta dos menores, recebia instruções para fingir que tinha 17 anos de idade. Inicialmente ela teria relutado ao resgate, mas horas depois descreveu que as crianças são filhas de duas irmãs mais velhas. Uma é mãe de 3 menores e a outras é mãe de mais 4 crianças.
De acordo com o Conselho Tutelar, não era a primeira vez que as mães deixavam os menores sob a responsabilidade da adolescente.
“As duas mães já faziam isso há alguns dias, deixavam a menina tomando conta das crianças. Ela tem 13 anos de idade, mas dizia ter 17 porque as irmãs estavam induzindo para que ela mentisse sobre a idade. Ela relatou ainda que essas crianças sempre ficavam trancadas”, detalhou o conselheiro.
As mães procuraram o conselho tutelar em busca das crianças. Ao serem questionadas sobre os documentos pessoais dos menores, elas informaram que tinham as certidões de apenas dois filhos.
O conselho tutelar fez ainda a busca ativa dos pais e das avós das crianças, entretanto, poucos foram encontrados.
“As mães falaram que os pais são totalmente ausentes e só dois apareceram, e outros elas nem sabem quem são. As avós também não podem ficar com elas, então nós tomamos a medida de abrigá-las”, disse Luiz.
Os menores devem permanecer nos abrigos até que sejam tomadas novas medidas sobre o caso.
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba