TRE-PB: Presidente defende urna eletrônica, aponta malefícios do voto impresso e se diz contrário à medida: “Retrocesso” - BLOG DO GERALDO ANDRADE

TRE-PB: Presidente defende urna eletrônica, aponta malefícios do voto impresso e se diz contrário à medida: “Retrocesso”

 

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral na Paraíba (TRE-PB), desembargador Joás de Brito Pereira Filho, disse que não vê necessidade na aplicação do voto impresso nas eleições, como é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta quarta-feira (19), Joás disse que a aplicação desse sistema, classificado por ele como “retrocesso”, custaria bilhões e traria malefícios, como uma maior suspeição do resultado eleitoral.




“Eu não vejo, sinceramente, necessidade. Eu tenho cada vez mais convicção da segurança dos resultados das nossas urnas. Elas são muito seguras, eu não tenho nenhuma dúvida quanto a isso”, defendeu.


Joás disse que mesmo que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 135/2019, que está tramitando no Congresso Nacional, fosse aprovada, o custo para a aplicação desse sistema seria muito elevado, na ordem de bilhões de reais, o que poderia inviabilizar a sua utilização, principalmente em tempos de pandemia.


O presidente explicou que a proposta de alteração seria para acoplar uma impressora à urna eletrônica, para que ela emitisse o voto. Essa impressão não seria levada pelo eleitor, estando apenas disponível para confirmação do voto, e em seguida, seria depositada em uma urna, sem qualquer contato por parte do eleitor.


Joás citou três possíveis malefícios que esse sistema poderia trazer para o atual formato de apuração no Brasil. Segundo ele, a aplicação poderia trazer uma suspeição ainda maior do que já é colocada por Bolsonaro, uma vez que em um possível pedido de recontagem de votos, alguém poderia subtrair essas cédulas impressas, e assim, os números de recontagem seriam diferentes dos números da urna eletrônica.


O segundo fator seria técnico. Na sua visão, em uma falha técnica do equipamento poderia haver a quebra de sigilo do voto, já que um técnico teria que abrir a impressora e assim o sigilo do voto do eleitor estaria violado. Joás argumentou que essa situação poderia inclusive aumentar a prática de compra de votos. O terceiro malefício seria o fator econômico.





Fonte: Polêmica Paraíba

Créditos: Polêmica Paraíba