A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) entrou em contato com a Redação do Portal WSCOM, na manhã desta segunda-feira (26), para negar a informação de que teria entregue lote de vacinas vencidas do laboratório Oxford/AstraZeneca para seis municípios da Paraíba. O órgão afirma que todos os lotes de imunizantes recebidos do Ministério da Saúde estavam na validade e foram repassados aos municípios em menos de 24 horas.
De acordo com o (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Portal Metrópoles, que divulgou a informação inicialmente, o problema envolve doses de três lotes de vacinas (de nº 4120Z001, 4120Z004 e 4120Z005) produzidas pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford fabricadas na Índia e importadas pelo Brasil. São grupos de imunizantes cuja data de validade, de seis meses, já expirou.
Segundo a Secretaria de Saúde da Paraíba, apenas um dos lotes do imunizante Oxford/Astrazeneca apresentava data vencimento próxima da expiração – 29 de março -, contudo, ele foi recebido em 25 de fevereiro e distribuído aos municípios em menos de 24 horas, portanto, 32 dias antes da data de expiração.
De acordo com a publicação, seis cidades da Paraíba teriam aplicado 94 doses de vacinas de lotes do imunizante da Oxford/AstraZeneca cuja data de expiração já tinha passado. As cidades citadas, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde / Portal Metrópoles, foram: Alagoa Grande (69 doses); Brejo dos Santos (1 dose); Campina Grande (4); Esperança-(15); Itapororoca (4); e Queimadas (1).
As Prefeituras de apenas duas cidades se manifestaram sobre o fato:
ALAGOA GRANDE
Em nota, a Prefeitura de Alagoa Grande reconhece que recebeu doses da vacina provenientes do lote 4120Z001, da AstraZeneca, “com prazo de validade muito próximo ao vencimento e sem nenhuma observação quanto à exiguidade da validade”.
“De forma imediata identificamos o pequeno grupo de pessoas nas quais foram aplicadas doses desse lote no mês de abril e, a partir de segunda-feira, todas serão contactadas pessoalmente a acerca do protocolo a ser seguido”, afirma a nota.
ESPERANÇA
A Secretaria Municipal de Saúde de Esperança também se manifestou por nota. No texto, a coordenadora do núcleo de imunização Priscila Geovanna, “informa que é inverídica a informação divulgada pelos meios de comunicação de que haviam sido aplicadas vacinas vencidas na população contra a Covid-19”. Confira:
“A coordenação de imunização esclarece que o referido lote foi administrado assim que chegou e dentro do prazo de validade. Na data do vencimento citada na notícia veiculada, Esperança já não tinha mais vacina, pois foram aplicadas na data correta. Logo, não houve nem recebimento de vacinas vencidas e muito menos aplicação, haja vista que todo lote que chega ao município é vistoriado e aplicado na população imediatamente. Esperança não guarda vacinas.
A Secretaria de Saúde reitera que segue todos os protocolos de segurança no armazenamento das vacinas e que possui estrutura e profissionais capacitados para acelerar a vacinação em todo o município, mas infelizmente as doses do imunizante enviadas ainda são muito escassas”.
ENTENDA
Conforme levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Portal Metrópoles, o cruzamento das informações oficiais sobre vacinas aplicadas com os registros de envios de imunizantes para as unidades da federação, onde constam a data de vencimento para cada lote.
Ao todo, 160 cidades em 23 estados brasileiros teriam aplicado vacinas vencidas contra a Covid-19 na população, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. Os microdados de vacinação compilados pela pasta apontam que 1.254 pessoas foram inoculadas com doses de lotes do imunizante da Oxford/AstraZeneca cuja data de expiração já tinha passado.
Fonte: Portal Wscom