O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que assume o cargo nesta segunda-feira (25), num momento em que se discute se o país terá eleições este ano, por causa da pandemia do novo coronavírus, admitiu, em entrevista ao Diário de Pernambuco, que o pleito poderá ser adiado. “Quem vai bater o martelo são os sanitaristas”, disse. Da sua parte, Barroso resiste a adiar as eleições e não coloca a prorrogação de mandatos no radar, mas condiciona sua vontade ao ritmo da Covid-19.
“Existe uma pandemia no mundo, ela atingiu o Brasil e a curva, neste momento, ainda é uma curva ascendente. Se, até meados de junho, a situação continuar semelhante à que se encontra hoje, talvez seja inevitável a necessidade de se adiar as eleições. Mas a minha primeira vontade não é adiar. Se for inevitável, que seja pelo prazo mínimo”, disse em entrevista ao Diário de Pernambuco.
Segundo ele, um possível adiamento terá que ser aprovado pelo Congresso. Ele informou que trabalha com os presidentes da Câmara e do Senado para afinar o discurso sobre o tema. “A prorrogação de mandato é antidemocrática em si, porque os prefeitos e vereadores que lá estão, foram eleitos por um período de quatro anos. Faz parte do rito da democracia a realização de eleições periódicas e o eleitor ter a possibilidade de reconduzir ou não seus candidatos”, diz.
Na entrevista ao jornal de Pernambuco, o ministro transparece que a pandemia deixa recheado de incertezas o futuro de gestores públicos, que desprezam a ciência ao dizer que “a adoção de uma política pública de eventual distribuição de um medicamento que não tenha chancela da comunidade médico-científica e nem de pesquisas clínicas, acho que pode, sim, gerar responsabilidade”, diz ele, sem citar especificamente o caso da inclusão da cloroquina nos protocolos do Ministério da Saúde para atendimento aos pacientes de covid-19.
Fonte: Polêmica Paraíba com Diário de Pernambuco
Créditos: Polêmica Paraíba com Diário de Pernambuco