Cumprindo agenda de campanha na Paraíba nesta quinta-feira (23), o ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice-presidente de Lula (PT), Fernando Haddad (PT), não desviou do discurso petista ao afirmar que partido lutará até o final pela candidatura do ex-presidente. Reafirmando diversas vezes sua posição de vice – apesar das diversas afirmativas de que ele apenas ‘guarda’ o lugar que logo mais será ocupado por Manuella D’ávila (PCdoB) após a sua ascensão à cabeça da chapa -, Haddad fugiu ao ser questionado pela imprensa sobre a transferência de votos de Lula, que possibilitaria a sua chegada ao Palácio do Jaburu.
“Lula foi o maior presidente da história do país, tem praticamente 50% dos votos válidos. Nós vamos deixar esse homem ser injustiçado e seguir vida como se nada tivesse acontecendo? Não faremos isso em nenhuma hipótese. Se ele tivesse com apenas 10% dos votos, nós estaríamos com ele. Então eu não estou fazendo esse tipo de conta, simplesmente porque eu não sou candidato, sou companheiro da chapa. Todo mundo sabe que o desejo sincero da nossa coligação é que o presidente Lula seja candidato. Nós nunca tergiversamos”, disse.
O petista ainda ironizou quando perguntando sobre a ausência de Lula nos debates, apesar dos diversos pedidos do Partido dos Trabalhadores à Justiça para que o ex-presidente participasse ou enviasse um representante.
“A lei eleitoral diz claramente que ele pode participar dos debates, mas se fizerem uma nova leitura da lei, pelo menos que permita o representante do presidente Lula nos debates. Eu não sei o que os outros candidatos teriam a temer. Se ele quieto subiu 10 pontos na pesquisa, falando eu não sei nem o que poderia acontecer”.
Ladeado por Ricardo Coutinho (PSB), o petista não poupou elogios ao governador da Paraíba, a quem creditou coragem para tomar posicionamentos em momentos como o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula.
“A política é feita de postura e eu estou diante de um governador que é decente, é uma autoridade nacional, porque é uma liderança, um estadista que tem postura, é uma pessoa que na hora difícil que o Brasil viveu soube verbalizar o que o público queria ouvir. Na hora da fofoca e da intriga a liderança se impõe, e na crise que ela aparece. O Ricardo Coutinho jamais se furtou a se expor para defender o que é certo para o Brasil e para a Paraíba”.
O ex-prefeito de São Paulo falou também sobre uma ação de improbidade administrativa, proposta pelo Ministério Público, na qual é réu. Processo investiga irregularidades na construção de um trecho de ciclovia na capital paulista. Haddad questionou legitimidade da ação e a parcialidade do Poder Judiciário.
“Eu respeito o Ministério Público de São Paulo, mas é a segunda vez que eles entram com ação contra a ciclovia. É uma obsessão. Agora o que a gente precisa é de juiz imparcial. Se o juiz for imparcial, vai todo mundo dormir sossegado. Ninguém vai ficar com medo de Justiça se não fez nada errado. Agora se o juiz for imparcial, ninguém está salvo”, declarou.
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