Em carta divulgada neste sábado (26), governadores de sete estados criticam duramente a gestão Michel Temer (MDB) e a política de preços dos combustíveis da Petrobras, alvo principal dos caminhoneiros que fazem paralisação no país há seis dias.
Além disso, dizem que a proposta de os governos estaduais renunciarem às receitas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis é inaceitável. Pressionado pela greve dos caminhoneiros, o presidente cobrou ontem que os governos estaduais reduzam o imposto.
“Consideramos absolutamente inaceitável a tentativa do governo federal de transferir para os estados a responsabilidade pela solução de uma crise que foi provocada pela União, através de uma política de preços de combustíveis absurda, perversa e irresponsável. Colocar sobre os estados federados o ônus de qualquer redução da alíquota sobre os combustíveis – além de ser desrespeitoso – é atitude inconsequente”, afirmam os governadores no comunicado.
O documento tem o apoio dos governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB); de Sergipe, Belivado Chagas (PSD); além dos petistas Rui Costa (Bahia), Fernando Pimentel (Minas Gerais), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí).
“Em um momento de tão grandes dificuldades, como o que vem sendo vivido por todo o povo brasileiro (…), é absolutamente incompreensível que o governo federal autorize a Petrobras a adotar uma política de preços direcionada, unicamente, à obtenção de lucro e ao acúmulo de receitas”, dizem os mandatários estaduais no texto.
“Neste grave momento, quando irrompe um movimento radical que – justificado pela desenfreada escalada de reajustes – bloqueia os canais de distribuição de combustíveis e coloca em risco a mobilidade, a saúde, a segurança e a integridade física de milhões de brasileiros, o governo federal tenta fugir às suas responsabilidades convocando os governos estaduais – já tão sacrificados pela injusta concentração de recursos na União – a renunciar às suas receitas do ICMS, supostamente para atender demandas dos representantes dos transportadores participantes da paralisação”, prosseguem.
Os sete governadores se dizem dispostos a colaborar com o governo na “concepção de propostas que permitam a aceleração da economia e a retomada do crescimento”, mas cobram mudança imediata na condução dos negócios da estatal petrolífera.
Fonte: Uol